Visitas e mais indefinições...

Essa semana será agitada com a visita do presidente Lula à Bahia, nos dias 8 e 9, e do vice-presidente José Alencar à Salvador, no dia 10. Sabe-se que o vice-presidente lançará a campanha de Raimundo Varella (PRB), mas há dúvidas se Lula falará da política local ou somente lançará as obras (e os números) do PAC.

Em Salvador, ainda vigora a indefinição do PT. Segundo o Bahia Notícias, ontem à noite, foi realizada mais uma reunião entre os quatro pré-candidatos do partido na tentativa de evitar as prévias eleitorais e escolher o melhor nome. O encontro realizado na Governadoria, sem a presença do governador, que está em São Paulo, tratou dos resultados de uma pesquisa qualitativa junto ao eleitor da capital, encomendada pelo partido. A pesquisa buscou identificar entre os quatro pré-candidatos, aquele que melhor se adeqüa ao perfil do eleitor. A direção do PT, comanda por Jonas Paulo, deseja que as negociações culminem na escolha do candidato do partido sem a realização das prévias, para evitar um desgaste maior.

Gostei da crítica feita por Samuel Celestino, no Bahia Notícias, sobre como pode existir um perfil de eleitor, se nem mesmo o PT tem úm só perfil definido.

"O PT Regional, à frente agora do impasse criado para a escolha, dentre quatro pré-candidatos inscritos, aquele que poderá vir a ser candidato do partido à sucessão municipal, está à procura da Pedra Filosofal que os alquimistas buscam desde as priscas eras ("priscas eras" é uma expressão ótima, por ser tão longeva quanto satanás). O presidente do PT Regional, Jonas Paulo, coadjuvado pelo secretário de Articulação, Rui Costa, ou vice-versa (para ninguém ficar zangado), estão diante da esfinge para tentar decifrá-la. O que querem é simplesmente fabuloso: dentre os quatro nomes inscritos, prucuram um que se identifique com o perfil do eleitor. Ora, as pesquisas qualitativas apontam, normalmente, vetores, carências, desejos, o que se espera de uma gestão pública. Nunca, em tempo algum, decobriu qual é o perfil do eleitor, justo porque o eleitor não tem perfil. E não tem perfil porque a população não pensa igual. Se pensasse igual, por exemplo, o próprio PT não conviveria internamente (nem se engalfinharia) com sete tendências. O princípio do perfil para, a partir dele, definir o nome, é uma das maiores bobagens que já tive notícia em política. O povo não pensa igual e o melhor do povo é justamente não pensar igual. Não é por aí que surgirá o candidato de consenso. Isso denota que o PT baiano está perdidinho da silva. Só por muita sorte, ou por desistência dos pré-candidatos mais bondosos, eles resolvem a pendenga sem se engalfinhar numa escolha através de prévias. Se o PT não tem um só perfil, o eleitor vai ter?"
(Samuel Celestino)